Teoria da Relatividade

A Teoria da Relatividade foi apresentada inicialmente por Galileu, que afirmou e defendeu a ideia de que a descrição de um movimento depende do referencial escolhido e que nos referenciais inerciais (referencial em relação ao qual se verifica a Lei da Inércia) existe invariância das leis da física.

Einstein acabou por contrariar Galileu, comprovando que Galileu estava errado ao afirmar a invariância das leis perante os referenciais inerciais, pois as leis do electromagnetismo não são as mesmas em todos os referenciais de inércia.

Einstein apresentou, então, uma renovada Relatividade, que se dividia em Restrita e Geral. A Relatividade Restrita, desenvolvida em 1905, pode ser deduzida a partir de dois postulados que contrariam o chamado senso comum:

1º Não existe nenhuma forma de detectar o movimento absoluto; as leis de Física são as mesmas em todos os referenciais inerciais;

2º A velocidade da luz é independente do movimento da fonte luminosa ou do observador;

Estes postulados da relatividade restrita implicam:

- Simultaneidade de acontecimentos - Dois acontecimentos que são simultâneos num dado referencial não são simultâneos num referencial que se encontre em movimento relativamente ao primeiro.
- Dilatação do tempo - O intervalo de tempo medido num referencial em movimento relativamente ao referencial em que o acontecimento se encontra em repouso é maior.

EX:

Um observador A e outro observador B que está dentro da carruagem, estão equipados de relógios. Dentro da carruagem existe um dispositivo C capaz de emitir luz e detectá-la. Acima deste dispositivo está um espelho que reflecte os raios emitidos por C. Assim, um raio emitido pelo dispositivo C é reflectido no espelho e volta para C onde é detectado permitindo, então, o cálculo do tempo de percurso ∆t.


Os dois observadores medem o mesmo valor para o intervalo de tempo ∆t = 2d/c. Onde c = 299 792 458 m / s. Imagine agora que a carruagem tem movimento rectilíneo e uniforme, com velocidade igual a u relativa ao observador A em repouso no solo.

O observador B mediu o mesmo intervalo de tempo do primeiro teste, mas o observador A medirá um intervalo de tempo ∆t’ diferente do anterior, pois para ele o raio de luz percorreu uma distância diferente da anterior. Observe-se a distância percorrida pelo raio de luz:
Assim, podemos deduzir o tempo ∆t’:

- Contracção do espaço - O comprimento de um objecto é menor quando é medido num referencial no qual o objecto se encontra em movimento.

Para generalizar a Teoria da Relatividade para referenciais não inerciais (referenciais acelerados e submetidos à força da gravidade) e para levar em consideração as ideias descobertas na Relatividade Restrita sobre o espaço e o tempo, Albert Einstein, em 1916 desenvolveu a Teoria Relatividade Geral.

Esta teoria veio a resolver o problema da incompatibilidade da teoria de Gravitação de Newton com a teoria da Relatividade Restrita e também veio a resolver alguns obstáculos relativos à Gravitação de Newton. Esses obstáculos eram, respectivamente, a exclusão das partículas de massa zero e o facto da força gravitacional actuar à distância.

Mas como Einstein veio a comprovar através da Teoria de Relatividade Geral, o campo gravitacional é resultado de uma deformação do espaço-tempo quadridimensional na vizinhança de um corpo.

Esta teoria baseia-se no Princípio da Equivalência - um campo gravitacional homogéneo é equivalente a um referencial uniformemente acelerado. Este princípio estende a teoria da Relatividade Geral a todos os referenciais (inerciais e não inerciais), concluindo-se a partir deste que é impossível o observador saber se está num campo gravítico com a aceleração da gravidade, ou ligado a um referencial acelerado.

3 comentários:

  1. O Trem Jocaxiano
    Por Jocax Novembro/2016
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    Resumo: Este artigo mostra duas situações bastante simples e análogas em relação ao experimento mental clássico
    (conhecido como o 'Trem de Einstein') que explica a dilatação temporal e depois aponta uma contradição entre elas.

    O Trem de Einstein

    É familiar a todo estudante de teoria da relatividade restrita a experiência mental que mostra
    a dilatação temporal ocorrendo quando se postula a invariancia da medida da velocidade da luz.
    Podemos ver, a seguir, alguns links de sites com exemplos:

    O trem de Einstein e a dilatação do tempo:

    1- http://acervo.novaescola.org.br/ciencias/fundamentos/einstein-teoria-relatividade-dilatacao-do-tempo-605460.shtml

    2- http://www.infoescola.com/fisica/dilatacao-do-tempo/

    3-http://alunosonline.uol.com.br/fisica/dilatacao-do-tempo.html


    Podemos ver, nestes exemplos clássicos, que o observador que vê o feixe de luz ir e voltar pelo mesmo caminho em seu referencial,
    (nestes exemplos o observador que se encontra dentro do vagão onde também se encontra a fonte de luz)
    calcula um tempo menor para o percurso da luz do que o observador que observa a luz fazendo um caminho mais longo,
    como parte de um "triângulo" (neste caso, o observador na estação).

    Por isso, o relógio do observador que está no vagão anda mais devagar em relação ao observador que o que está parado na estação
    (que mede um tempo maior para o percurso da luz), de modo que, para ambos, a velocidade da luz seja a mesma (=c).

    Este Fenômeno este é conhecido como "dilatação temporal".
    ( Resumindo sofre dilatação temporal quem observa a luz fazer o menor caminho, neste caso, quem está dentro do trem em movimento ).

    Tudo muito didático e simples. Eis que então surge o Trem Jocaxiano .

    O Trem Jocaxiano

    O trem jocaxiano nada mais eh que o velho trem de Einstein com um belo furo no chão ! :-)

    Quando o trem passa , uma lanterna, parada no solo da estacao, emite um feixe de luz através do furo e entra no trem em movimento bate no teto espelhado do trem
    e volta para a mesma lanterna que emitiu o feixe(se o furo for suficientemente grande).

    Ou seja, quando o trem jocaxiano passa, a luz entra pelo furo bate no teto e volta pra lanterna fazendo um vai e volta semelhante
    ao Trem de Einstein mas, quem está na estação agora é que observa a luz ir e voltar pelo mesmo caminho (o caminho mais curto!).

    Já para o observador que está no vagão em movimento a luz faz um percurso mais longo, como uma parte de "triângulo".
    Ou seja, quem está no vagão em movimento observa um caminho *maior* do feixe de luz do que o observador parado na estação.

    Portanto , como os dois observadores devem medir a mesma velocidade para a luz, o tempo, dentro deste Trem jocaxiano,
    passa mais rápido do que para o observador que está parado na estação e vê a luz fazer o menor caminho.

    Assim, neste caso, sofre dilatação temporal quem está fora do trem, em repouso. Isto é o tempo passa mais rápido para o observador
    no trem em movimento: aquele que observa a luz fazer um caminho mais longo.

    Paradoxo

    Portanto este experimento mental mostra que temos um paradoxo na relatividade restrita, o mesmo trem físico,
    os mesmos observadores, sofrem uma dilatação temporal que depende de onde parte a luz , se de dentro do trem ou fora dele !!


    Referencias:
    O Paradoxo das Gemeas:
    https://social.stoa.usp.br/paradoxosrelat/blog/paradoxo-das-gemeas

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    Respostas
    1. Não se trata de um paradoxo. É apenas uma das muitas formas de mostrar que a Teoria da Relatividade é nada mais nada menos do que irracionalidade...

      Não se pode confundir a grandeza física (espaço, tempo, etc.) com suas medidas (metros, segundos, etc.). É um erro infantil do pensamento de Einstein que um contemporâneo seu, Lattes, já havia observado...

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